junho 24, 2020
Conforme as empresas se expandem através de crescimento orgânico e aquisições, há sempre um risco de que o lado tecnológico se torne bem mais complicado do que precisa. Quando você acaba trabalhando com múltiplas plataformas, sistemas e configurações, como pode evitar as armadilhas mais comuns e escapando de um desastre tecnológico?
Recentemente, nos reunimos para fazer um brainstorm sobre possíveis respostas para essas e outras perguntas importantes. O que segue é um apanhado de nossa conversa, onde ajudamos a responder as perguntas que estão na cabeça de todas as marcas, e oferecemos conselhos para empresas que estão querendo crescer sua participação no mercado sem cair na armadilha da complexidade.
TP - Pascal, nós já vimos isso acontecer muitas vezes; empresas que fracassam por consequência de seu sucesso. Geralmente é porque estão expandindo muito rápido, mas não estão prestando atenção o bastante para o esqueleto tecnológico que sustenta a performance da empresa.
PL - Com certeza, é bem comum vermos, em especial companhias grandes, expandindo para mercados em que antes elas talvez não tivessem uma presença — elas estão comprando o líder de mercado daquela região para captar quota de mercado, e então precisam descobrir como incorporar fluidamente essa empresa dentro do negócio global sem causar muito escândalo.
TP - Isso é claramente um risco para as marcas que precisam continuar a entregar resultados, em meio a tantas incertezas. Numa era em que a experiência do cliente é tão vital, isso deve causar uma série de dificuldades quando se trata de continuar entregando experiências sem fricções, que realmente tragam conversões para o negócio. Como as empresas podem se certificar que de estão mantendo a entrega no front-end, enquanto resolvem as complexidades do back-end?
"As empresas podem continuar trabalhando no desenvolvimento back-end e consolidando os sistemas, ao mesmo tempo em que se asseguram de que não haja nenhum impacto evidente na experiência do cliente."
PL - É complexo, mas certamente não é nenhum obstáculo fatal. Historicamente, a experiência e a gama do front-end estão intrinsecamente conectadas com as estruturas do back-end. Ao seguir uma abordagem onde você desacopla esses elementos, você pode ajudar bastante na harmonia da experiência front-end/back-end do usuário. É aí que as tecnologias MACH entram em questão. O conceito geral do MACH (Microserviços, API-first, Cloud native e Headless), é que você é capaz de trabalhar em tudo a partir de pedaços pequenos. Então não é mais uma questão de modificar toda a infraestrutura técnica. Você agora tem a opção de mudar pequenos elementos isoladamente. Isso significa que as empresas podem continuar trabalhando no desenvolvimento back-end e consolidando os sistemas, ao mesmo tempo em que se asseguram de que não haja nenhum impacto evidente na experiência do cliente.
TP – Então nós estamos vendo cada vez mais como os micro serviços e as tecnologias Headless e em nuvem podem dar às empresas mais segurança e flexibilidade enquanto elas continuam crescendo.
PL – Potencialmente, sim. É preciso se certificar de que essa abordagem seja a certa para a sua empresa e seus objetivos gerais, mas ela certamente tem o potencial de fazer uma enorme diferença na forma como você cresce enquanto negócio. Vamos tomar os grandes fabricantes como exemplo. Eles têm diversas linhas de produtos, cada uma com seu próprio website e ofertas. Esse já é um ambiente técnico extremamente complexo. Se quer manter essa oferta de comércio integrada para seus clientes, precisa se certificar de que tudo esteja em harmonia no back-end. Com uma estrutura MACH, você pode desacoplar a experiência do cliente dos monolitos do back-end.
TP - Então se formos ver com cuidado, é provável que ainda fique bem complicado, mas usando a abordagem MACH essa complexidade não vai impactar a experiência do cliente?
PL - Exato, mas obviamente nós não queremos que o back-end continue complexo e complicado permanentemente, nós precisamos trabalhar nisso ao longo do tempo, é claro. O que a tecnologia MACH permite é que você continue crescendo, sem um impacto perceptível para os seus clientes.
TP - Esse é um conceito relativamente novo para muitos negócios; por onde eles devem começar se querem mudar para esse tipo de abordagem?
PL - Nós estamos oferecendo algumas orientações como parte dessa Série Comércio, mas meu conselho para as pessoas seria sempre conversar com alguém que conhece isso bem. Se você decide seguir o caminho MACH, vai ser necessário pensar nas estruturas de equipe, nas maneiras de trabalhar, e é claro, um investimento financeiro. Uma abordagem de micro serviços não é apenas uma abordagem técnica, é uma abordagem organizacional, em que você organiza equipes ao redor de pedaços de funcionalidade. Perceba que isso não precisa ser levado ao extremo (pensando em algo como Amazon e Spotify), o mesmo resultado também pode ser atingido mesmo se sua organização for menos madura. É tudo uma questão de fazer o melhor para a sua empresa a longo prazo, te dando a proteção necessária para escalar, e se assegurando de não perder clientes ao longo do caminho.
TP - O que podemos tirar disso tudo?
PL - Eu diria que quando o assunto é crescer seu negócio e adquirir novas empresas, o mais importante é que a experiência do cliente seja a melhor possível, que os clientes não percebam uma mudança nas operações, e que você mantenha a aparência de unidade. Quando se trata do back-end, podemos aceitar que vai ficar bagunçado por algum tempo, mas quando se trata do front-end, mantenha essa camada exterior consistente, e estará se dando a melhor chance de ter sucesso imediato.
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